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O Fórum Bienal de Pesquisa em Arte, instaurado no ano de 2002 pelo então Núcleo de Artes da Universidade Federal do Pará teve as duas primeiras edições organizadas pelas professoras Lia Braga e Valzeli Sampaio, e pelo professor José Afonso Medeiros, a partir de sua 4a edição, em 2009 passa a ser é uma realização do PPGARTES configurando um espaço institucionalizado de debates e de socialização de pesquisas nas diversas linguagens artísticas em interface com outras áreas do conhecimento. A  9a edição do evento, aconteceu num momento histórico para o país, de desconstrução de territórios, onde questões de identidade, gênero, de sobrevivência, de garantias de direitos de cidadania entraram na pauta de urgências das instituições e sistemas da arte. Os agenciadores da arte, artistas, professores, pesquisadores, produtores culturais etc, estiveram nos últimos quatro anos na mira das desconstruções e tentativas de silenciamentos. Abrimos os trabalhos do IX Fórum Bienal de Pesquisa em Artes na igreja de Santo Alexandre, construção colonial edificada no sítio histórico de Belém-Pará, que foi na época do Brasil colônia  a sede da Companhia de Jesus na cidade de Belém do Pará, norte do Brasil. Nas primeiras décadas do século XVIII funcionou nesta edificação o Colégio de Santo Alexandre, e uma oficina de escultura dirigida pelo padre João Xavier Traer, que ensinou escultura aos indígenas, que deixaram um legado de peças sacras com traços indígenas no acervo do Museu de Arte Sacra, uma tatuagem, uma “carta jogada ao mar” registra para o futuro, nosso hoje, o massacre etnocida, ou seja, a destruição das culturas de inúmeros povos indígenas, neste fenômeno de aculturação e de apagamento da cultura do Brasil indígena que somos. A realização da conferência de abertura por Anna Terra Yawalapiti, liderança indígena do Território do Xingu, nos leva a refletir sobre uma outra tomada de posição, o protagonismo indígena num movimento de recusa do lugar da subalternidade que a cultura colonial empurrou nossos ancestrais indígenas e afro-brasileiros, e parentes indígenas de ontem e de hoje, invisibiizados nas cidades e comunidades nesse país de dimensão continental. O 9o Fórum entra na discussão, na revisão e no reflorestamento das mentes, das lutas, e traz a força das mulheres indígenas, representada por Anna Terra Yawalapiti, a liderança xinguana partilhou experiências e projetos de futuro, sobre o protagonismo feminino na luta pelos direitos indígenas e das mulheres indígenas, e sobre a perspectiva indígena e seu modo de ser e estar na arte como parte da sua essência, do espírito da natureza da vida dos habitantes da floresta, com quem podemos  aprender sobre nossa essência que é ser floresta, ser natureza. 

Profa.Dra. Valzeli Figueira Sampaio

Presidente do 9o Fórum Bienal de Pesquisa em Artes

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